quinta-feira, 16 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

E hoje, enquanto eu observava um arcanjo limpar as minhas flores esqueci a chave da caxanga na porteira. Mas vieram os erês, guardaram tudo e celaram a minha porta com suspiros. 
Porém, durante todo o dia alguma coisa pesava nessa alma de preto velho e me fazia querer nada, e era como se a vontade de ir encontrasse um muro de cimento fresco, recém criado para me atrapalhar.
Mas segui a estrada e vinham almas que me alimentaram sem que eu pedisse, me alertaram do perigo sem que eu estivesse com medo e puxaram um grande e lindo tapete vermelho para os meus sonhos. E de noite, haaaa ... uma bela flor de baunilha me perfumou.
Voltei para casa e o doce dos suspiros tinham atraído borboletas que de tão levez e bonitas impediam que qualquer maldade humana e sobre-humana me fizessem mal.
Agora, esta alma está em paz, dorme em uma nuvem azul. Sente saudade do riso do arcanjo, do cheiro dos erês, do sabor da baunilha e das asas da borboleta, mas é agora que ela sabe perfeitamente o que é o amor porque e vive da realidade. Esta que é feita de realismo e nada mais.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Da inutilidade de mim ...

E aí descobri que o amor é isso, algo maior do que eu e que se entranha no mundo e não tem volta. Aquilo que não se tem controle quando sai de você e que aos poucos é fisgado no emaranhado da vida como uma rede que te pesca quando está distraído.

No início é só contemplação e tudo fica claro. Mesmo a escuridão da noite é tomada por certa luz e as sombras passam a ser relevo de você no mundo.

Mas depois, quando se dá conta de que tudo mudou, de que agora você não é mais você e sim outra pessoa, você passa a ser coisa - não aquela pensante mas coisa que sente, que pulsa. Coisa de carne que desconhece verbos e adjetivos, que é incapaz de dizer o que sente e por isso sangra o tempo todo. Você só consegue juntar as patas, olhar pra cima e pedir amor, comida e carinho, como se as grandes teorias, os grandes pensadores, os maiores monumentos não fossem bastante para explicar o que se sente.

E no fim ... não ... ele não tem fim ... Porque ele se transforma, transmite como epidemia e pronto. Você agora não é mais nada diante dele e ele nem precisa de você. É aí que você se sente dispensável, o que na verdade você é: completamente inútil, sem graça e sem vida. Pois não são das suas formas que ele precisa, tampouco dos seus atos e palavras. Não, ele precisa, por um curto espaço de tempo, apenas da sua alma.

E eu que sempre desconfiei que a minha alma sempre foi um pequeno retalho. Nada mais ...