quinta-feira, 31 de março de 2011

Nesta madrugada Orfeu salvou Euridice de Hades

Nesta madrugada Orfeu salvou Euridice de Hades
Ela, morta e insegura, grita por seu herói para ele resgatá-la do inferno.
Em meio a mortos vivos ela grita e pede socorro pois seus companheiros não a escutam.

Até que Orfeu escuta o grito, pega a sua harpa e voa.
Euridice tem medo por não saber o que fazer
pois se sente desnuda diante da salvação.

Porém ela se rende, ele a coloca num cavalo branco
e segue seu cortejo de salvação encantando onde passa.
Ela agradece.

Assim hoje Euridice dorme em seus mantos cheirando a lavanda.
enquanto imagina o que deve se passar na cabeça deste Orfeu.
Então deixa que o corpo vença a sua morte e segue assim para o outro dia.

terça-feira, 29 de março de 2011

Pílulas ...

Tenho medo dos intolerantes que se definem como radicais ou apaixonados e empurram no precipício toda a beleza do mundo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Hoje fui resgatada por uma deusa ...

Fui enganada por toda a vida;  me disseram que um dia eu ia mudar, que eu seria menos radical e que entenderia que o mundo é assim mesmo e acabou ... Que Deus um dia iria entrar na minha vida e que Ele - macho, viril e soberano -  poderia me ajudar a encontrar o sentido das coisas.

Queimem no marasmo aqueles que arrotam inteligência, pois batem no peito e se orgulham do tempo que lhes levou a juventude e deixou certezas. Covardes que se escondem atrás da desculpa da idade. Eles deveriam morrer antes de matarem a inocência ou ficarem mudos sem ter tempo de dizerem aos jovens que quando o tempo passar virá o equilíbrio. Meio-termo oriental de filosofia de esquina.

Não merecem saber que no mundo existem Deusas que relembram os nossos pecados, alisam nossos defeitos e exaltam a nossa ira. Lambem com sal nossas feridas e trazem consigo o perfume verdadeiro da vida.

São elas que nos ensinam a não crescer,  Deusas que tomam de assalto a vida de quem deixa. Elas abrem o mundo de incertezas, mandam para o inferno qualquer bom costume. Tiram as nossas roupas, abrem nossos ventres e geram luz.

Nos ensinam sobre nada, fecham a matraca da verdade, não perdoam covardias, amam os defeitos e as falhas. Leem nossa alma em nossos olhos e falam a nossa boca. Nelas o silêncio é lição daquilo que se deve aprender a ler.

Depois de hoje não quero mais deus. Sou devota da Deusa que mata e me ressuscita todos os instantes. Sou escrava daquilo que não sei o nome e me dá medo, mas que me dá vida. Esta que não se ensina, se encanta.

Para Minha Borboleta.